A falta que uma praça faz

 

Praça e povoCom as crianças em férias, os pais, andamos procurando diversões para elas, além dos cinemas, além dos shoppings, pois esses programas sempre representam um custo mais elevado, pelos múltiplos apelos de consumo que se encontram nesses locais.

Nossas praias, ainda interditadas para banhos, continuam a ser uma indignação, constante, pois ali estão, diante de nossos olhos, acessíveis a todos, pela proximidade em que delas nos encontramos, pelo lazer mais democrático e, de certo modo, mais econômico que representam. No entanto, não devemos submeter nossos filhos a inúmeros contágios, nas areias, nas águas que nelas escorrem e nas águas do mar que as banham, duas vezes por dia.

Nesses casos, não há a melhor opção, para diverti-los. O que existe é a opção possível. Com maior ou menor grau de risco, de periculosidade, de custos, a melhor opção tem sido aquela que se revela mais exequível, por razões de convencimento pessoal, que somos instados a fazer, para não deixa-los reclusos, em casa.

Nossa cidade não possui um parque urbano, um jardim botânico, um jardim zoológico, que seja destinado à diversão pública, com acesso gratuito, com equipamentos que possam divertir e educar as crianças. Mais, que possam entreter e motivar os adultos a frequentá-los, levando seus filhos a, por ele, transitar, a conhecer sua flora, a apreciar sua fauna, a conviver com seus semelhantes, num processo de integração, onde o meio ambiente seja o grande elo de união.

Além disso, onde as pessoas possam relaxar, ouvir concertos, ao ar livre, conhecer e transmitir conhecimentos, quase de forma ocasional, sem muito formalismo, sem protocolo.

Temos áreas muito apropriadas, próximas da cidade, para abrigar um desses investimentos, com enormes benefícios para todos nós, aproveitando nosso patrimônio ambiental. A reserva que margeia a Avenida Jerônimo de Albuquerque, ao lado da Assembleia Legislativa, é uma delas: a Reserva do Rangedor.

Essas nossas aspirações são humanas, contemporâneas, de uma sociedade de conhecimentos científicos, de avanços educacionais, de desafios que a humanidade enfrenta, para preservar sua própria civilização. Devemos, portanto, estar além do presente. Devemos estar vivendo o futuro que nossos sonhos embutem, que nossas esperanças alimentam, que nosso presente determina.

Mas, nem tudo está por desejar e por fazer, em nossa cidade. A recente inauguração de uma bela praça, onde, nos últimos anos, foi palco de arraiais, para as festas de São João, em área vizinha à Lagoa da Jansen, mudou a feição daquele local, e está sendo um ponto de encontro de famílias, todos os dias, nos turnos da manhã, da tarde e da noite.

Em cada turno, um público diferente, um clima, um cenário diferente, unidos por uma grande alegria: por aquela praça estar ali, cumprindo sua destinação como equipamento urbano, de uso coletivo e público.

Temos levado nosso filho, ali. Temos visto a profusão de pessoas que, ali de aglomeram, na tentativa de poder proporcionar a seus filhos, pequenos, um lazer saudável, uma interação necessária, com outras crianças; um encontro com outros pais, interagindo com outras famílias.

Olhando aquelas pessoas, em total entrega e satisfação, já repeti, algumas vezes, para mim mesmo, a frase que dá o nome a esta crônica: – A falta que uma praça faz! Em outras palavras: – A importância de uma praça tem!

Pois é! Um espaço que só tinha vida, nas festas juninas. Agora, é um espaço reabilitado (revitalizado), vivendo, o dia todo, todos os dias, sua plenitude de praça: com o encanto das pessoas que ali transitam e desfrutam do lazer que, a simples implantação daquele equipamento, está proporcionando a todos nós. Além do que, conferiu àquele espaço, uma função estética, naquela área residencial.

Como seria bom se tivéssemos mais dezenas de novas praças, nos bairros de nossa cidade, dando chances às pessoas, aos meninos de todas as classes sociais, de conviverem, de brincarem, de aprenderem e vivenciar aspectos de sua cidadania, que vão transformá-los em adultos mais plenos e felizes.

As praças, no entanto, precisam ser gradeadas, para maior segurança dos que as frequentam, para maior controle do poder público, para melhor aparência dos que contemplam a cidade, para a existência de regras de uso de seus equipamentos, dando condições a seus zeladores de exigir o cumprimento dos usuários.

Políticas públicas que se destinem a melhorar as condições de vida da população devem ser aplaudidas, festejadas e perseguidas, como ações que devem ser aprimoradas e reafirmadas, como marcas de gestão.

Que venham os tempos felizes das novas praças, dos novos convívios!

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