Um degrau para o futuro

futuroTodos somos responsáveis pela preservação do meio ambiente. Todos, no caso, significa cada cidadão, isoladamente, cada ser humano, independente de onde tenha nascido ou onde viva.  No mundo inteiro, a consciência da preservação ambiental está ocupando o centro das preocupações humanas, como um dever inelutável, para que possamos assegurar melhor qualidade de vida para as atuais e as futuras gerações, e para assegurar o uso sustentável dos recursos naturais de nosso Planeta.

Aos cientistas cabe estudar as causas e os efeitos, as pesquisas, a orientação do que deve ser feito, a constatação dos indicadores que nos avisam para os riscos da civilização predatória que desenvolvemos. A nós, os demais humanos, cabe a apropriação dessas informações e os procedimentos que vão nos conduzir a outros caminhos, com maior respeito ao nosso ecossistema, à biodiversidade, como uma aspiração da própria felicidade do homem ou ainda, como uma determinante para a própria sobrevivência da espécie humana, e de centenas de outras espécies de vida, na Terra.

Esse trabalho de mudanças, de fomento de uma permanente consciência preservacionista, tem que começar na família, como todo o processo de nossa formação humana. É no aconchego familiar, nos ensinamentos que as palavras e o exemplo dos pais vão incutindo na formação dos filhos, que começa a construção do homem integral.

O que pode ser entendido por homem integral? O homem integral pode ser entendido como aquele que desenvolve suas potencialidades emocionais e intelectuais, com harmonia. O homem que tanto pode ser um escritor ou um médico, mas que cultiva sua vertente emotiva, com as letras, com as artes, com as singelas coisas do cotidiano, sem constrangimentos de amar, de repartir seu universo interior com o seu semelhante; e que consegue ver, na grandeza de todas as coisas, a energia imarcescível do nosso Criador.

O homem deste novo século, do terceiro milênio, deve ser um homem renovado por muitos anseios, buscas e necessidades, um homem comprometido com uma vida mais coletiva e menos singular. Essas são as nossas esperanças, nossas expectativas com os rumos da humanidade, com o respaldo do conhecimento científico que a ciência põe, a cada novo dia, diante de nós. Uma vida que nos remeta ao gregarismo de nossa imanência humana, e que nos faça vivenciar a interdependência que há entre os seres humanos, para o exercício de nossas plenitudes, inclusive para a conquista da felicidade; para a compreensão, absoluta, de nossa dependência dos recursos naturais, como condição da própria vida, em nosso Planeta.

O epicentro da união dos homens e dos povos, em todo o mundo, será a questão ambiental. Como exemplo disso, vejo o elemento água, que é uma fonte de recurso esgotável, e que será um dos pontos críticos da vida humana, e de todas as outras formas de vida. Assim será se prosseguirmos com as devastações das matas ciliares, com o desmatamento de grandes áreas verdes, com as queimadas, acelerando a evaporação das águas, diminuindo o seqüestro de carbono, e contribuindo para o aquecimento da Terra, pelo efeito estufa.

Evoluímos para a criminalização dos danos ambientais, punindo seus autores, com prisão e com multas. Estão sendo criadas varas judiciais, para tratar especialmente das demandas ao meio ambiente. Nas escolas, no entanto, ainda não está inserida a educação ambiental, como conteúdo obrigatório, no ensino de primeiro e segundo graus, permeando todas as disciplinas.
 
A escola não pode estar ausente desse processo de formação do novo homem, do homem integral. Ela tem que participar, fazendo um esforço didático e metodológico, para ser um instrumento de transmissão de conhecimentos ambientais úteis aos cidadãos que ali se encontram, em busca de formação, para enfrentarem a vida competitiva e árdua de agora.

Como pais, temos o dever impostergável de transmitir aos nossos filhos o melhor que temos dentro de nós. Essa transmissão será tanto mais útil e marcante, quanto mais úteis e marcantes forem os exemplos que dermos, no dia a dia, ante os problemas e as situações do cotidiano.

Cada um de nós, também, como cidadão, deve dar a sua parcela de luta, de postura, de denúncia, de ação que seja edificante para a defesa do meio ambiente sim, mas também para a defesa da vida, como um todo, visando a construção do novo homem. A nenhum de nós é perdoado fugir desse embate, dessa contribuição para a vida de todos.

Afinal, a qualidade de vida das futuras gerações depende de nós, de nossos compromissos com o uso racional dos recursos naturais; de nossas determinações de legar-lhes um mundo em que eles possam desenvolver suas potencialidades humanas, desfrutando, de forma saudável, do conjunto de elementos naturais que concorrem para a vida, em nosso planeta.

Nossa responsabilidade, portanto, deve evidenciar seu compromisso de forma prática, dando exemplos de conduta, abrindo caminhos para outros seguirem por eles. É tarefa da família, da escola, das entidades de classe, dos agentes políticos, do poder público e de todo o conjunto da sociedade organizada.

A cada nova manhã, cabe a pergunta: o que fiz ontem como prática de uso sustentável dos recursos naturais?  E cabe a determinação do quê fazer, a cada novo dia, para que esse propósito de compromisso com a sobrevivência da espécie humana, e com a melhor qualidade de vida para todos nós, seja uma prática instintiva, natural. Amar a cidade é utilizar, de forma sustentável os recursos naturais.

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