Corrigindo os rumos da jornada humana

 

Dia Mundial Meio AmbienteOntem, cinco de junho, transcorreu o Dia Mundial do Meio Ambiente. Povos dos cinco continentes do mundo, como nos últimos anos, realizaram eventos comemorativos dessa data, pela inestimável importância das questões ambientais para a sobrevivência da humanidade.

Tenho absoluta convicção de que estamos vencendo essa luta, em que pesem os revezes, algumas vezes sofridos, no curso de nossa caminhada. Quando uso o “estamos”, aqui, estou me referindo à humanidade, pois essa é uma luta da espécie humana, em nome de todas as espécies de vida criadas por Deus para habitar a Terra. 

As esperanças de todos aqueles que sonhamos, com a reconstrução social do homem e com um mundo melhor, é que os fachos de luz que estamos acendendo iluminem, definitivamente, a consciência dos povos, no mundo inteiro, vislumbrando, ainda, aqueles que virão depois de nossa passagem.

A cada dia, cresce o volume de apelos educativos, a consciência da necessidade de estabelecermos novas práticas de convívio com os recursos naturais, protegendo e respeitando a natureza, para alcançarmos melhor qualidade de vida. Numa hipótese menos luminosa, para não permitirmos que nossa qualidade de vida assuma proporções de degradação insustentáveis.  

Sinto isso no conteúdo das matérias veiculadas pela imprensa, de um modo geral; pela forma como tem atuado o Ministério Público, como guardião das leis; pelo modo como estão proliferando as organizações não governamentais, de proteção ambiental; pelo jeito com que as escolas, no curso fundamental e médio, estão encaminhando a discussão desse tema, muitas vezes, já estabelecendo uma prática saudável de respeito ao meio ambiente.

Parece uma demonstração de culpa, essa urgente necessidade de recompor o tempo perdido, os passos perdidos, para não sermos condenados pela história da civilização humana; para não sermos julgados impiedosamente pelas futuras gerações, como o século da degradação do planeta Terra. Julgados como o século da civilização que conquistou o espaço, mas que foi incapaz de viver em harmonia com a natureza, destruindo ecossistemas, a biodiversidade, as reservas florestais, poluindo os rios ou devastando suas matas ciliares, realizando uma gestão ambiental nociva à qualidade de vida do homem e ao Planeta que habitamos.

Muitos fatores estão concorrendo para isso, mas o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, a ameaça aos recursos hídricos não salinizados, o desequilíbrio na relação entre metro quadrado de área verde por habitantes, a desertificação de muitas áreas no Planeta. Todos esses fatores, por representarem ameaças de caráter geral, num mundo cada vez mais globalizado, estão acentuando o processo de reflexão e as ações reparadoras, visando reverter esses conflitos, ao longo dos próximos anos, como projetos de interesse da civilização humana.

É muito bom estar participando desse momento, da reversão das expectativas sombrias que ameaçam a sobrevivência do nosso Planeta e da espécie humana. É muito bom saber que somos agentes de transformação, num mundo que é movimento permanente, e que tem dado duras respostas às agressões que nele perpetramos, com ações que desequilibram seus sistemas de forças sinérgicas.

No entanto, é doloroso saber que somos vítimas de nossa própria ansiedade de progresso, de nossas afirmações de soberania, de poder político e econômico, que não atentam para a diminuição das desigualdades sociais entre países, entre povos, entre regiões, entre cidade e vilas, e não respeitam a vida humana.

Buscamos novas formas de desenvolvimento sustentável, almejando melhor qualidade de vida para todos os povos, com respeito à preservação dos recursos naturais. Isso representa o reconhecimento do muito que precisa ser feito, e uma proposta de ações sistemáticas que possam, através de políticas públicas, assegurar as mudanças que precisamos operar, para maior harmonia entre os homens e nosso Planeta.

Os compromissos da Agenda 21 constituem um esforço estratégico, para atingirmos objetivos e ideais, predeterminados, e continuam a motivar os povos do mundo inteiro na busca de soluções para os problemas que afligem seus países e que, de algum modo, contribuem para o desequilíbrio ambiental do Planeta.

Somos todos responsáveis por todos! Esse pode ser o lema que devemos incutir em nossa alma e em nossa consciência, para presidir os atos de gestão de nossa própria vida, de modo a torná-la mais responsavelmente comum e coletiva. Estamos corrigindo os rumos da jornada humana.

Tive o privilégio de Coordenar o Fórum Municipal da Agenda 21 de São Luís, tendo sido o autor da proposição que lhe deu origem, na condição de vereador, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara e, posteriormente, como Presidente da Câmara Municipal.

Referendada pelo Ministério do Meio Ambiente como exemplo de Agenda 21, por ter sido criada em Casa Legislativa, sentimo-nos vitoriosos por tudo o que conseguimos realizar, com participação dos vereadores, de organizações não governamentais, de empresas privadas, de entes públicos e da sociedade civil organizada.  Esse trabalho precisa ser retomado, com o vigor, as parcerias, os sonhos e as esperanças com que foi realizado. É tudo uma questão de responsabilidade, de união de energias e definição de objetivos. É tudo uma atitude reflexiva que privilegie as vidas na Terra.

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