O resgate de um compromisso

 

teclandoMuitos amigos, leitores de minha coluna neste jornal, durante um longo período, me incentivaram a reunir, em livro, as crônicas que venho publicando há alguns anos, refletindo e retratando a cidade de nossa infância e juventude, por considerarem que estaria prestando uma grande contribuição às gerações que sucederam a nossa; aos que aqui vieram morar; aos que estão chegando, e aos que virão, depois de nós.

As crônicas às quais eles se referiam são aquelas que têm um conteúdo evocativo, que se voltam para recompor faces, imagens, cenários de época, situando pessoas e fatos. Especialmente, os fatos que compõem o acervo de nossas tradições culturais, para resgatar valores que ficaram esmaecidos pelo tempo, nos quadros de nossa memória.

Essa espécie de apelo, que meus amigos leitores me fizeram, consolidou, em mim, uma decisão concordante que foi amadurecendo ao tempo em que me eram feitos os apelos de publicação, sob a forma de livro.

Decisão tomada, cuidei em reunir as crônicas que melhor representavam minhas reflexões memorialistas sobre nossa cidade, seus tipos humanos, sua culinária, suas festas, seus fenômenos naturais, sua religiosidade.

Afinal, foram selecionadas sessenta crônicas, e essas crônicas foram seqüenciadas tematicamente, dando-lhes uma densidade maior, no contexto do livro, e facilitando o encadeamento de emoções que estavam irmanadas por seu conteúdo, mas que haviam sido produzidas e publicadas, no jornal, em tempos diferentes e, muitas vezes, distantes.

O fato de todas as crônicas estarem seqüenciadas, por identificação temática, ensejou-me a omissão das datas de suas publicações, no jornal, mencionando apenas o período em que todas elas estão situadas, em texto assinado por mim, na abertura do livro.

A escritora e amiga, Arlete Machado, a meu convite, ocupou-se da seleção das crônicas, da revisão, da definição da capa, da editoração propriamente dita. O amigo, poeta, Nauro Machado produziu o belo e telúrico texto de apresentação, além de debruçar-se sobre a revisão dos textos. O poeta, amigo, Alex Brasil ajudou-me na revisão, na digitação, na editoração, no estímulo permanente, na cessão de equipamentos, de pessoal, do espaço de sua agência de publicidade. O jornalista Herbert de Jesus fez a revisão profissional, exaustivamente, em todos os textos.

Dei ao livro que nascia o nome de uma das crônicas que o compõem: “Uma cidade no tempo”. Essa crônica, que é a primeira do livro, fala das cidades que eu vi, no curso de minha vida, situando-as em fases de minha percepção, a meu modo de sentir e refletir a realidade. Fala das cidades de São Luís que foram se sucedendo, das transformações sofridas, até os dias atuais.

Quando a capa estava pronta, tendo por motivo um detalhe de uma tela de um dos nossos mais expressivos artistas plásticos que é Jesus Santos, decidi acrescentar o nome São Luís, antes e acima, para avisar, aos futuros adquirentes, a qual cidade no tempo o livro se refere.

Todo esse trabalho foi feito em 2006. A partir de julho, o futuro livro já estava pronto para a publicação. Mas a campanha eleitoral, em que estivemos envolvidos, impôs-se, prioritariamente. O projeto livro foi posto de lado, para acontecer no momento mais propício.

Somente agora foi possível concluir esse projeto. E o livro está, finalmente, impresso, pronto para ser lançado, lido, criticado, ritores.

As crônicas que ele contem foram escritas com preocupações memorialistas, para serem fontes de pesquisa, agora e no futuro, por representarem aspectos da história social da cidade de São Luís, especialmente, dos últimos quarenta anos do século XX.

Uma história escrita por quem viveu as emoções e testemunhou os fatos que ali estão narrados. E que refletem a família, usos, costumes e tradições culturais, a partir da religião, do saber, do fazer, das águas, do clima, das pessoas que nomeia, das festas populares, das crendices, dos tipos humanos. Enfim, um rico manancial para quem quer conhecer, aprender, amar a cidade que, no próximo ano, estará completando seus trezentos e noventa e seis anos de fundação.

O livro foi impresso na Gráfica Minerva, sob os cuidados técnicos de seu proprietário Antônio Carlos, e posso afirmar que ficou muito bonito, com suas 245 páginas, com capa de fosca plastificação, com detalhes em brilho, em sua capa e contracapa.

Tenho certeza que meus amigos leitores vão-se encontrar, por inteiro, nas páginas das crônicas que ali estão expostas; talvez vendo seus nomes citados, em uma ou outra; vendo seus amigos, seus irmãos; sentindo a ambiência das ruas em que transitavam, das festas em que foram personagens e ajudaram a escrever suas horas.

Estou feliz por haver realizado esse trabalho, ajudado por tantos, dedicados e competentes amigos, e por ver que o testemunho que pude expressar, ao longo do tempo, foi a matéria que serviu de âmago para a obra que assino, agora, depois de revistar cada crônica, de adequá-las para que pudessem ser publicadas, como se fosse uma grande narrativa, sem desfecho.

Logo ele estará em livrarias da cidade. Não será distribuído nacionalmente. Mas será vendido pela internet, por mala direta também. Amar a cidade é documentá-la para as gerações futuras. É preciso amar a cidade.

(Crônica publicada no jornal O Estado do Maranhão, Caderno Alternativo, Coluna: Hoje é dia de…, em 08/07/2007)

3 thoughts on “O resgate de um compromisso

  • 11 julho, 2007 em 9:04
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    Excelentíssimo Vereador de São Luís
    Ivan Sarney,

    Primeiro peço-lhe licença para tratar de um assunto que não está referido no seu texto “Crônica publicada no jornal O Estado do Maranhão, Caderno Alternativo, Coluna: Hoje é dia de…, em 08/07/2007”, mas que lhe fazer a seguinte pergunta. Há quem recorrer a solicitação da descentralização do PROCON de São Luís, haja vista o grande número de comércio varejista, repartições públicas e privadas, dentre outras, no cinturão Cohab, Cohatrac, Forquilha e São Cristovão? Caberia uma solicitação da comunidade à prefeitura, à Câmara Municipal ou à Assembleia Legislativa do Estado?

    Respeitosamente,

    Evandro Araújo
    (98) 8134210

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  • 12 julho, 2007 em 20:31
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    Caro Ivan.
    Coloco-me na fila para adquirir o livro.
    Abraços
    Erasmo

    Resposta
  • 3 agosto, 2007 em 15:35
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    Prezado,Ivan sei o quanto você ama nossa querida São Luis,portanto queria que você,que é um político atuante,defende-se a reforma daquele primeiro terminal da praia grande próximo ao mercado central,pois o mesmo prescisa de uma reforma urgente,e a padronização das barracas que ali se encontram,pois acabam com a bela vista do local,ouvi alguns comentários que seria feita uma reforma e até agora nada portanto seja a nossa voz,e clame por uma reforma naquele antigo e primeiro terminal de nossa linda são luis.

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