Por um país, e uma cidade mais pacífica e acolhedora

 

criminososA televisão não cansa de mostrar, em detalhes possíveis, os fragrantes dos mais diversos crimes que ocorrem, no dia a dia de nossa vida urbana, em todos os recantos do país. Indignados, vamos assistindo a toda essa barbárie moderna, banalizando a vida, fugindo amedrontados dos riscos que nos ameaçam, contabilizando as vítimas, e questionando as previsões positivas de um futuro mais luminoso para nossos descendentes, para as novas gerações.

Os crimes se multiplicam, especializados, nas grandes cidades, e vão migrando para as cidades de porte médio e, já agora, para as pequenas cidades, onde o sistema de segurança pública exibe maior precariedade. O elenco de crimes vai desfilando sua nomenclatura, indo do crime passional ao crime político, com assassinos de encomenda; sequestros relâmpagos, assaltos a bancos e residências; roubos, latrocínios, incestos, estupros, homicídios. Não faltam criatividade e motivos, muitas vezes banais, para justificar tanta violência, ceifando preciosas vidas humanas, até por balas perdidas. Tem crime para toda indignação.

Para agravar essas constatações, a cada dia, cresce o número de jovens, menores de 18 anos, envolvidos nesses crimes, como autores ou coautores de crimes hediondos, com todos os requintes da maior crueldade. Esse indicador (aumento da criminalidade juvenil) é o suficiente para acender todas as luzes vermelhas de alerta, em nossa sociedade, exigindo políticas públicas de profundo alcance social, para a reversão desse problema, começando por fortalecer a família.

São Luís não foge a essa dura realidade nacional, muito embora, em proporções de menor ocorrência, mas da mesma natureza e complexidade. Está crescendo, de forma preocupante, o índice de violência urbana, em nossa cidade. Basta olhar o noticiário que a imprensa, diariamente, estampa nas páginas policiais, nas manchetes e nas fotografias que publica nos jornais, na televisão, na internet, nos relatando os mais cruéis e frios homicídios, assaltos, roubos, estupros, sob o império de quadrilhas organizadas ou de criminosos ocasionais. O álcool e outras drogas estão, quase sempre, presentes em todo esse elenco de comportamentos criminosos, que tantas vidas têm ceifado ou tanto trauma tem causado a suas vítimas.

Por onde andamos, sentimos que está crescendo o número de excluídos sociais e que essa exclusão, com absoluta certeza, está alimentando o crescimento vertiginoso da violência que grassa em torno de nós, e ameaça a paisagem de nosso amanhã.

Está crescendo o número de excluídos. Quem são eles? Os que não têm escola, não têm empregos, não têm moradia, não têm assistência à saúde, não têm vestuários dignos e não têm sequer o que comer, no dia a dia. São aqueles para quem a sociedade atual fechou suas portas, negou o exercício de seus direitos de cidadãos e não tem qualquer perspectiva de futuro melhor para lhes oferecer.

Esse contingente vem crescendo, atingindo a classe média, em processo de empobrecimento, tolhendo a dignidade humana, numa sociedade que privilegia o capital, a tecnologia e o mercado de consumo. 

No meio disso está o poder público, o estado institucional, com suas propostas chamadas neocapitalistas e o mundo de economia globalizada, que nos faz prisioneiros de interesses econômicos dos países ricos, nossos credores, interessados sem ampliar o mercado de consumo para seus produtos, e em afirmar seus domínios sob os destinos do mundo.

Tudo isso leva a uma situação de agravamento de nossas tensões sociais, do aumento da disparidade entre pobres e ricos, da excessiva concentração de riquezas nas mãos de poucos. Esse é, em síntese, o panorama que nos envolve, e que está exigindo sacrifício de todos nós, que pagamos impostos, e temos deveres a cumprir com a criação de nossos filhos.         

Como não vejo nenhuma ação pública consistente, que possa estancar em curto prazo, esse processo conjuntural da exclusão, é sensato supor que essa situação ainda perdurará por vários anos, com gravíssimas consequências para o nosso país, em longo prazo.    

Precisamos, como homens de boa fé, em nome de alguns postulados morais, éticos, adotar medidas protetoras da sociedade, para que ainda possamos cumprir a trajetória de nossas vidas, com sonhos, com esperanças, com algo que nos conforte como seres humanos, nascidos para a liberdade, para o amor e para a busca da plenitude.

A segurança deve ser um dos pontos de maior determinação e empenho do poder público, porque ela envolve a vida, os projetos futuros, a ordem social, sem cujo estabelecimento a própria governabilidade se esvai e deixa de ser exercida, para imperar a desordem, a impunidade, a lei dos mais fortes, o império do crime.

Nada mais grave e destruidor, para um governo, que o império da violência contra o cidadão, contra a ordem social, contra o patrimônio do próprio Estado, como forma de resolução de conflitos e de fazer justiça, fora dos procedimentos legais.

Estamos vivendo tempos difíceis, sombrios, sobre todos os aspectos que possamos observar. Gravíssima crise moral, ética, no cenário político; crise econômica, social, cultural, atingindo a família, o cidadão e seus direitos fundamentais, entre eles, o direito a vida. Mas, sempre, haverá esperança e devemos projetar o amanhã, com sonhos, apesar de tudo.

One thought on “Por um país, e uma cidade mais pacífica e acolhedora

  • 19 outubro, 2016 em 11:06
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    e assim caminha a humanidade…

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