Os grupos de A.A. e sua importância social

 

Grupos e A.A.A sociedade precisa melhor conhecer, para poder melhor avaliar, o trabalho dos grupos de Alcoólicos Anônimos na recuperação de pessoas vítimas do alcoolismo, já incluído na categoria das doenças pela ciência médica e, tão assustadoramente, em crescimento na sociedade contemporânea.

Os grupos de A.A. como são mais frequentemente conhecidos, nasceram nos Estados Unidos e, hoje, estão espalhados em 186 países, nos cinco continentes do Mundo, trabalhando a serviço do homem, da humanidade.

Tais grupos fazem parte de uma organização privada, sem finalidade lucrativa, sem interesse político ou ideológico, sem ligações com seitas ou religiões, de qualquer natureza. São, de fato, uma irmandade fraterna, entre cidadãos de todos os sexos, interessados em se livrar e ajudar os outros a se livrarem, também, da doença do alcoolismo.

O que importa, verdadeiramente, para fazer parte dos grupos de A.A. é a decisão de parar de beber, e participar das reuniões – sem pagamento de qualquer taxa ou mensalidade – para ouvir seus companheiros, e relatar-lhes sua história e experiência, visando atingir a sobriedade, ao longo do tempo. Constituem, de fato, um imenso grupo de encontro, cujo trabalho psicoterapêutico está assentado no relato das experiências de seus membros, nos chamados depoimentos.

Em última instância, é a “talking cure” que o psicoterapeuta americano Carl Rogers desenvolveu, com base na experiência freudiana, da psicanálise. Através desse método, há uma natural sinergia entre os componentes do grupo, uma vez que os problemas que um participante do grupo vivencia e expõe, passa a ser do domínio emocional dos outros que o auxiliam, mostrando como resolveram ou estão resolvendo esses problemas, com a ajuda da família, dos amigos, enfim, com a ajuda de um sentimento grupal.

Esse sentimento grupal faz com que cada um não se sinta atingido, em sua autoestima, quando está no meio do grupo. Muito pelo contrário, se sinta valorizado, na dimensão de seu problema, mesmo a despeito de toda a censura social de que é vítima, por ser alcoólatra.

Por ser considerado uma doença, com alto grau de complexidade, com componentes físicos, psíquicos, emocionais, fica evidenciada a necessidade de compreensão, carinho, paz e afeto que o alcoólatra precisa receber da sociedade, especialmente de sua família e amigos, para não voltar a fazer uso do álcool.

Qual vantagem tem esse tratamento, sobre o tratamento tradicionalmente oferecido, por clínicas de recuperação de alcoólatras? A primeira e fundamental delas é que, nos grupos de A.A. as pessoas são tocadas em sua autoestima, são estimuladas a reagirem, a partir de uma decisão interior, reiterada, diuturnamente, a não voltarem a fazer uso do álcool. Quando a experiência dos outros é exposta, cada um pode compreender melhor as situações que, mergulhado e sozinho, jamais conseguiria compreender.

Do mesmo modo, a firmeza demonstrada por membros do grupo, que vão vencendo a luta contra a doença, estimula os outros. Assim, todos se beneficiam, sem uso de qualquer medicamento sedativo, como acontece fora dos grupos de A.A.

A segunda vantagem é que, nos grupos de A.A., esse tratamento psicoterápico é gratuito, não custando absolutamente nada a seus membros que se cotizam apenas para comprar o cafezinho, oferecido a todos os integrantes do grupo, ao final da reunião.

Os métodos de tratamento mais tradicionais, vigentes na maioria dos centros urbanos, ainda utilizam a sedação, a aplicação de choques elétricos no paciente, gerando uma situação de dependência do tratamento, pois sua vontade de livrar-se do alcoolismo não é estimulada a agir sobre seu sistema emocional, psíquico e físico, deixando-lhe a mercê de medicamentos, e dos efeitos inibidores de seus atos volitivos, aprisionadores de seu ser e de sua liberdade.

É um tratamento caro, permanente, e sem a esperança de uma cura definitiva. A abstinência dura enquanto durar a sedação inibidora da vontade, da dependência química. Mas volta, em seguida, com interrupção do tratamento.

Os grupos de Alcoólicos Anônimos exercem atividades de extrema utilidade pública e, por isso mesmo, deveriam estar sendo demandados por políticas públicas que os priorizasse como instâncias de tratamento de alcoólatras, dando-lhes melhores condições de funcionamento, no tocante a locais de atuação e ao provimento das condições materiais necessárias para pleno desempenho de suas atividades.

Jamais fui usuário de bebida alcoólica ou de qualquer outro tipo de droga. Jamais fiz uso de cigarro ou seus congêneres. Pautei a minha vida pelo esporte, pela doutrina da mente sadia em corpo sadio e, assim vou seguir pela vida inteira.

Este artigo tem objetivo contribuir para a difusão, mais ostensiva e formal, dos grupos de A.A., não só para que novos dependentes de bebidas alcoólicas os procurem, mas também, para reconhecer e ressaltar a importância que essa instituição privada, que pode e deve receber apoio e estímulo oficial para continuar realizando o trabalho, exemplar, que realiza, melhorando as condições de vida de milhões de pessoas, no Maranhão, no Brasil no Mundo. 
Amar a cidade é voltar-se, construtivamente, para os outros. É preciso amar a cidade.

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