A urgente proteção da paisagem litorânea

images (3)Em nosso país, todo cidadão é responsável pela preservação do meio ambiente. Essa responsabilidade está prevista em nossa Carta Magna. No mundo inteiro, a consciência da preservação ambiental está ocupando o centro das preocupações humanas, como um dever imprescindível, para que possamos assegurar melhor qualidade de vida, em nosso Planeta.

Aos cientistas, aos técnicos, cabe estudar as causas e os efeitos, as pesquisas, a orientação do que devemos fazer, a constatação dos indicadores que nos apontam para os riscos da civilização predatória que desenvolvemos. A nós, os laicos e a todos os mortais, cabe a apropriação dessas informações e os procedimentos que vão nos conduzir a outros caminhos, com maior respeito ao nosso ecossistema, à biodiversidade, como uma aspiração da própria felicidade do homem ou ainda, como uma determinante para a própria sobrevivência da espécie humana, e de centenas de outras espécies de vida, na Terra.

Esse trabalho de mudanças, de fomento de uma permanente consciência preservacionista, tem que começar na família, como todo o processo de nossa formação humana. É no aconchego familiar, nos ensinamentos que as palavras e o exemplo dos pais vão incutindo na formação dos filhos, que começa a construção do conhecimento, a formação do homem integral.

O que entendemos por homem integral? O homem integral é aquele que desenvolve suas potencialidades emocionais e intelectuais, com harmonia. O homem que tanto pode ser um escritor ou um médico, mas que cultiva sua vertente emotiva, com as letras, com as artes, com as singelas coisas do cotidiano, sem constrangimentos de amar, de repartir seu universo interior com o seu semelhante; e que consegue ver, na grandeza de todas as coisas, a energia imarcescível do nosso Criador.

O homem do novo século, do terceiro milênio, será um homem renovado por muitos anseios, buscas e necessidades; um homem comprometido com uma vida mais coletiva e menos singular. Um epicentro de união dos homens e dos povos, em todo o mundo, será a questão ambiental. Como exemplo disso, vejo o elemento água, que é uma fonte de recurso esgotável, e que será um dos pontos críticos da vida humana, a prosseguirmos com as devastações das matas ciliares, com o desmatamento de grandes áreas verdes, com as queimadas, a destruição da camada de ozônio, a emissão de gazes de efeito estufa que tornam a Terra mais quente, acelerando a evaporação das águas, em nosso Planeta.

Evoluímos para a criminalização dos danos ambientais, punindo seus autores, com prisão e com multas. Estão sendo criadas varas judiciais, para tratar especialmente das demandas pertinentes ao meio ambiente. Nas escolas, no entanto, ainda não está inserida a educação ambiental, como conteúdo obrigatório, no ensino de primeiro e segundo graus, permeando todas as disciplinas.

A escola não pode estar ausente desse processo de formação do novo homem, do homem integral. Ela tem que participar, fazendo um esforço didático e metodológico, para ser um instrumento de transmissão de conhecimentos transversais úteis aos cidadãos que ali se encontram, em busca de formação, para enfrentarem a vida competitiva e árdua de agora.

Como pais, temos o dever impostergável de transmitir aos nossos filhos o melhor que temos dentro de nós. Essa transmissão será tanto mais útil e marcante, quanto mais úteis e marcantes forem os exemplos que dermos, no dia a dia, ante os problemas e as situações do cotidiano.

Cada um de nós, também, como cidadão, deve dar a sua parcela de luta, de postura, de denúncia, de ação que seja edificante para a defesa do meio ambiente sim, mas também para a defesa da vida, como um todo, visando a construção do novo homem.

Estou fazendo a minha parte. Nos dois primeiros mandatos que exerci, apresentei à Câmara Municipal proposições, solicitando o tombamento das dunas fixas e das outras formações geológicas, que integram o patrimônio ambiental e paisagístico de nossas praias, em toda a extensão da Avenida Litorânea. Aprovado pelo Plenário, até a presente data, não foi atendido pela Prefeitura, através da Fumc, em que pese a existência de uma lei municipal que torna possível o tombamento, e a importância do que foi requerido.  Por que tombar? Tombar é colocar sob proteção legal, assegurando a preservação do bem tombado e o respeito ao direito dos cidadãos de desfrutarem da importância daquele bem, como um bem de interesse da coletividade.

Estou alertando a sociedade organizada, os meios de comunicação, os cidadãos, os órgãos de classe, para que estejamos mais atentos, conscientes e vigilantes, para a preservação ambiental, em nossa cidade. Amar a cidade é preservar e proteger sua natureza.

ivansarney@uol.com.br

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