Enfoque especial para o turismo

Todo o grande esforço institucional realizado no governo anterior de Roseana (primeiro e segundo mandato), para a construção de uma política de turismo consistente, para o nosso Estado – a partir de um planejamento estratégico, representado pelo chamado “Plano Maior” – pode, agora, ser retomado, sepultando o desprezo que o governo anterior conferiu a esse importante segmento do setor terciário, por sua capacidade de gerar renda e fomentar desenvolvimento, tendo como aliado o ideário da sustentabilidade.  

Atual Secretário de Estado de Turismo, o ex-prefeito de São Luís, Tadeu Palácio, já demonstrou, em sua gestão na prefeitura, que é um realizador corajoso, determinado e audaz, na busca dos objetivos que consagra, como gestor. A realização das duas versões da Feira do Livro, coroadas de pleno êxito, sendo hoje uma das dez mais importantes feiras do país, bem ilustra sua determinação e audácia, como administrador, e o credencia a obter vitórias nos novos desafios que o turismo lhe impõe.

Ouvir todos os segmentos que integram a cadeia produtiva do setor; diagnosticar problemas e construir soluções mitigadoras, de forma consensual; definir um plano emergencial, em sintonia com as demais secretarias afins, como: Indústria e Comércio, Cultura, Meio Ambiente. Todos estes procedimentos serão fundamentais para o êxito dos novos desafios, na visão do secretário Tadeu Palácio, e de sua equipe de trabalho. 

O turismo é uma atividade econômica, crescente no mundo inteiro por sua capacidade de envolver mão-de-obra, dos mais diversos setores profissionais, ou dos mais diversos interesses comerciais. Considerado como indústria não poluente, o turismo consegue agregar um número ilimitado de pessoas, em suas múltiplas atividades de serviços: gerando empregos, rendas, produzindo crescimento econômico.

Um cuidado, no entanto, precisamos manter, permanentemente, buscando um ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento de nosso turismo e a preservação de nossos valores culturais, de nosso patrimônio histórico, arquitetônico e paisagístico, e de nosso patrimônio ambiental.

As ilhas constituem ecossistemas frágeis, o que lhes define uma vocação natural para o incremento de atividades econômicas voltadas para o setor de serviços. O turismo ajusta-se, como uma luva, a essa característica de São Luís, de São José de Ribamar, de Raposa e de Paço do Lumiar, que estão situados na mesma ilha.

A fragilidade desses ecossistemas, constituídos por manguezais, apicuns, rios, dunas, brejos, praias – na baía de São Marcos e na baía de São José –  deve ser considerada como fator preponderante, e aponta para a necessidade de elaboração de um Plano Metropolitano de desenvolvimento dos municípios da ilha, na busca da sustentabilidade preconizada pela Agenda 21.

São Luís tem o dever de estar na vanguarda dessas decisões, por ser a capital do Estado, por ser a cidade mais antiga, por abrigar o maior acervo histórico e arquitetônico, por ser a de maior espaço territorial, por ser, ainda, a de maior demanda industrial, a partir de unidades fabris aqui já implantadas, e em vias de implantação.

A idéia é diminuirmos a geração de passivos ambientais que, ao longo do tempo, estão comprometendo e irão comprometer, em maior escala, a qualidade de vida das futuras gerações.

Para tanto, precisamos de um planejamento metropolitano que projete, no mínimo, para próximos trinta anos, a expansão urbana, a implantação de equipamentos e serviços públicos, as áreas passíveis de localização de pequenas e médias indústrias que não sejam, negativamente, impactantes ao meio ambiente; estabelecer políticas uniformes e parceiras para a preservação dos recursos hídricos, para a proteção da flora e da fauna, harmonizando os Planos Diretores desses municípios.

Os turistas que estão visitando São Luís contribuem para torná-la mais bela ainda, pelo jeito descontraído que exibem, pela maneira como se integram à paisagem, pelo diálogo mudo que travam com as formas desta cidade tipicamente portuguesa: uma cidade azulejada, com sobrados de arquitetura imperial, patrimônio cultural da humanidade.

Além disso, o sol, o clima, as praias, a culinária, o folclore, as artes em geral, a tradicional hospitalidade maranhense, as frutas, os doces, a beleza étnica de nosso povo, numa perfeita fusão das três principais raças que a formaram. Tudo aqui é encanto, ao lado do verde vegetal que nos envolve, de forma quase constante e nativa.

Uma das principais atividades, agora, a cargo do poder público estadual e municipal, deve ser a de preparar nossa mão-de-obra, envolvida no setor, para receber bem o turista. Receber bem é tratar com cordialidade, com gentilezas, com simpatias, procurando informar-se para bem informar. Além disso, um bom sorriso ajuda; um pé de conversa sincera, também ajuda; a cobrança de preços não aviltantes é um fator essencial.

Cada segmento precisa de umas orientações específicas, além de outras de caráter mais genérico, por serem comuns a todos. Garçons, taxistas, balconistas, pessoal de agências de viagens, de transportes e passeios pela cidade, os guias de turismo, os promotores de eventos, os ambulantes de comércio informal, os artesãos, os vendedores de lojas de lembranças; os cidadãos, de um modo em geral.

O turista tem que ser recebido e tratado como um amigo, como um cidadão, mas também como um cliente consumidor. Sendo bem tratado, ele voltará ou fará recomendações positivas, trazendo mais turistas, mais recursos financeiros para dinamizar nossa economia. Mal tratado é um desastre, pois seu efeito multiplicador será negativo, afastando novos possíveis visitantes, novos amigos que aqui viriam investir, alimentando nossa economia.

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