Um patrimônio natural e sua degradação

images (15)Quando o parque urbanístico e ambiental da Lagoa da Jansen foi inaugurado, escrevi um artigo em que manifestava meu reconhecimento especial a esse trabalho do governo Roseana Sarney.

A governadora entregava à cidade, naquela ocasião, o complexo que viria a ser um de seus mais belos cartões postais, pela riqueza de sua paisagem natural, pela intervenção urbana bem concebida e executada, pelas diversas atividades ali previstas para uso e gozo de nossa comunidade, incluindo esportes, cultura e lazer.

Naquele artigo, pela complexidade do parque, pelas dificuldades que antevi para sua conservação, sugeri a criação de uma associação que cheguei a denominar de “Confraria dos Amigos da Lagoa da Jansen”, integrada por moradores do entorno e por outros usuários daquele espaço.

Entendi que essa seria uma forma adequada e contemporânea da comunidade cuidar daquele patrimônio, que integra o acervo dos bens de interesse difuso de todos os cidadãos, dividindo com o poder público o ônus de sua conservação e manutenção.

Uma organização privada teria as vantagens de mobilizar voluntários, de angariar recursos através de eventos, de empresas privadas e de promover grandes mobilizações cívicas, aproveitando a crescente participação social na formulação, definição e execução de projetos que possam resultar em melhor qualidade de vida para o homem, em nosso planeta.

Não tenho notícias se a semente dessa ideia chegou a germinar e dar frutos, mas continuo pensando que essa seria uma forma eficiente de podermos manter conservado esse patrimônio de todos nós, pelo menos no concernente a seu aspecto urbanístico. O aspecto ambiental, por envolver questões mais onerosas de infra-estrutura, como o saneamento básico, deveria ser assumido definitivamente pelo poder público.

Mas o aspecto urbanístico poderia ser administrado por essa organização privada, que buscaria viabilizar a participação de empresas nessa jornada. Quem sabe a Vale do Rio Doce possa ser convencida que vale a pena adotar o complexo da Lagoa, como patrimônio do cidadão de São Luís, e assuma esse trabalho, vinculando seu nome à cidade, de uma forma indelével?

Mas, para que isso possa acontecer é preciso intenção e gesto. Intenção por parte dos que somos interessados: discutindo, aprimorando, formalizando a ideia e a proposta. E os gestos de agir junto à Vale ou a outra empresa, desde que seja mais viável.

Não sendo a Vale sozinha, quem sabe em parceria com a Alumar? Elas são as maiores e mais poderosas empresas aqui instaladas, e não são concorrentes.

Não sendo nenhuma das duas, quem sabe outras, buscadas no elenco onde se encontram a Brahma, a Tim, a Vivo (que já tem parceria para a renovação das placas indicativas da pista de Cooper), a Claro, a Oi? Quem sabe?

O importante é que haja uma iniciativa cidadã, em defesa de um patrimônio que é de todos nós, mas que se encontra em processo de acentuada degradação, agravada a cada dia que passa.
Os que utilizam aquele espaço para a prática de caminhadas, de ciclismo, de corridas, ou dos outros esportes ali previstos como tênis, o futsal, o futebol de areia, o basquete, o vôlei; os que o utilizam para fins culturais, como o atual projeto de música popular maranhense, que acontece na concha acústica; os que o utilizam para fins de lazer, frequentando os bares ali implantados. Todos enfim, os que temos contato com o complexo da Lagoa da Jansen, estamos assistindo à sua degradação gradual.

O lixo que vai se acumulando no manguezal que margeia a pista de Cooper e a de bike, denota a extrema falta de cuidado, de conservação. A vegetação de mangue, em muitos espaços, tem sido agredida e desbastada sem critérios técnicos. E o mato cresce em torno das pistas, de forma desordenada, sem qualquer cuidado paisagístico.

O saneamento ambiental, que teria por objetivo impedir que esgotos residenciais e comerciais continuassem e despejar rejeitos humanos nas águas da lagoa, em quase quarenta pontos de emissões, não foi concluído como esperávamos, mesmo com a construção de várias estações de tratamento de esgoto, pelo governo do estado.

Esse trabalho, uma vez realizado, eliminaria os riscos que aquelas águas representam para os que delas se utilizam, inclusive pescadores. Além disso, possibilitaria a utilização daquela lâmina d’água, para a prática de alguns esportes náuticos à vela ou remo, depois de um trabalho de limpeza das raízes e troncos de mangue apodrecidos que existem sob aquelas águas rasas.
Por outro lado, muitas placas indicativas e equipamentos essenciais, como as lixeiras, já não se encontram no local, por conta do salitre e por depredação por maus usuários. Além disso, o terror da insegurança continua ameaçando os que ali transitam ou buscam aquele local para práticas esportivas. Assaltos e, recentemente, até assassinato, estão colocando em pânico a população de seus usuários. Até quando?

Por enquanto, por urgente necessidade, quem sabe uma oportuna e positiva parceria entre a prefeitura e estado possa repor as placas indicativas e equipamentos, recolher o lixo que adentra o manguezal, repor algumas luminárias, aumentar a segurança para os que ali transitam?

6 thoughts on “Um patrimônio natural e sua degradação

  • 26 julho, 2009 em 7:10
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    Ivan,

    importantes considerações e oportuna, pois, o que presenciamos naquele espaço é a falta de vonttade política(falta manutenção estrutural, patrimonial e ambiental) elo menos nos ultimos governos – que graças a Deus ja se passaram, sendo assim, sobra o descaso para com o público visitante local e turístico.

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  • 26 julho, 2009 em 7:15
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    Ilustre vereador Ivan,

    Gostaria muito, aproveitando o ensejo, que respondesse ara onde foram os bustos das maiores personalidades da literatura maranhense foram parar, ja recolocaram na praça do pantheon?? e a biblioteca pública ficará jogada às moscas e aos mijões? se ainda não recolocaram os bustos, pq a academia maranhense de letras n/ao se manifestam para assim o fazerem??

    grande abraço fraterno e saude sempre!!!

    james william

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  • 30 julho, 2009 em 12:18
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    O poder de fazer nunca é como o poder de dizer que foi o idealizador e nunca o que esperta para que tudo aconteca…Eu quando não tinha como responder as coisas era ruim. Mas agora responderei como aconteceu…O meu ex sogro João Garces, foi o primeiro a apostar na ponta da árei,locallagoa.Quando eu fui morar lar não tinha ninguém, a não ser o prédio de Mauro Fecury,mas não tinha nada e quando Eu, falei no meu jornal Pirata da praias de capa(SOS lagoa da jansen) foi quando Lobão mandou fazer o serviço da boca da lagoa para a Ilhinha…Só que a empresa não era maranhense e se estalou no canto da praia, ai vei a construção do primeiro prédio ai veio a governadora e fez o projeto da lagoa e seu prédio de quinze andar e hoje o bairro mais rico de são luís.

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  • 2 setembro, 2009 em 13:30
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    Qual o seu parentesco, com a família sarney a mais ilustre do lindo estado do Maranhão? Por agora é só, abraços…….

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  • 11 setembro, 2009 em 20:52
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    Amigo IvanSarney,
    se um dia respostar-me ficarei muito grato, postarei aqui uma homenagem ao meu amado Pai!

    Querido Pai e Amigo:

    Durante a toda a sua trajetória nesta vida terrena foste um bravo; A tua determinação, sabedoria, honradez, perspicácia, dignidade, honestidade, paciência e simplicidade foram determinantes para motivarem pessoas a serem amigos teus e da família.
    Estas suas características inerentes ao teu ser, foram notórias e públicas para todos que dignamente mereceram a tua confiança e que, por isso, sentiram-se privilegiados ao ponto de lhe chamar carinhosamente de varias formas, como, “Doutor Afonso Carvalho”, “Delegado Afonso”, “Afonso”, ou simplesmente “O Afonsinho”. Agiam desta forma por tê-lo como referencial profissional, como pessoa, um verdadeiro amigo e ente querido familiar, sem nenhuma apologia às questões de sua titularidade; Desta maneira, conquistaste entre aqueles que conviveram com sua pessoa a verdadeira afeição, admiração e amor fraternal.
    Deixaste um imenso vazio entre os teus, que, jamais será preenchido por outro ser, pois, tua autenticidade e, principalmente, tua simplicidade são valores em extinção infelizmente entre os seres humanos nos dias atuais, porém, o que mais nos conforta é a verdadeira promessa e mistério de Deus que em resumo nos afirma que os dignos um dia se reencontrarão e como na parábola proclamada pelo filho de Deus aqui na terra, Jesus Cristo, temos todos a convicção que hoje com a tua sofrida e inesperada partida estás nos braços do verdadeiro pai, Deus, o todo poderoso.
    Agradecemos a Deus pelo conforto, e, na certeza de suas bênçãos na vida de todos os seres terrenos, proclamamos sempre o seu nome.

    Estejais em paz para sempre,
    Amado,
    Pai, irmão, amigo, marido, Avô,
    José Afonso de Carvalho Ferreira.

    do filho,
    james william

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  • 26 setembro, 2009 em 23:18
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    Sobre a gestão ambiental: A Importância do Gestor em Meio ambiente.

    Inicialmente para alguns especialistas o termo “gestão ambiental” causou uma grande confusão para aqueles que trabalhavam na área ambiental, aos quais se questionaram sobre o que seria esta tal gestão ambiental. Na tentativa de dirimir ou ao menos amenizar as dúvidas sobre o termo utilizado nesta nova modalidade científica, tentaremos compreender o que seja gestão ambiental.
    A Gestão Ambiental possui caráter multidisciplinar, multisetorial, agregando os mais diversos profissionais de vários campos das ciências, desde que devidamente habilitados em conformidade com a legislação vigente. No passado existiam aqueles que se diziam os defensores da natureza (ecologistas) e os que pregavam a maximizada exploração dos recursos naturais (desenvolvimentistas), e com o surgimento do termo “desenvolvimento sustentável” tornou-se necessária a formação de pessoas com um perfil profissional que agregassem habilidades de caráter administrativo e em gerir projetos. Profissionais que agregassem a visão ambientalista, preservacionista e conservacionista sem desconectar da realidade do desenvolvimento as comunidades urbanas e rurais, profissionais estes, trabalhando cotidianamente preocupados com a correta exploração dos recursos naturais. Deste modo e com estas peculiaridades surgiram os gestores ambientais.
    Destacamos que o termo gestão ambiental, objetiva em primeiro lugar, ordenar ou reordenar as atividades humanas para que estas originem o menor impacto negativo possível sobre o meio ambiente. Este ordenamento ou reordenamento segue desde a escolha das melhores técnicas a serem implementadas, assim como, o cumprimento da legislação ambiental e a utilização correta de recursos humanos e financeiros. Desta maneira, podemos afirmar que a gestão engloba todos os mecanismos de preservação e conservação do meio ambiente, em todos os aspectos sociais, políticos e econômicos nos setores públicos e privados estabelecendo critérios para o desenvolvimento autosustentado e menos causador de impactos ambientais.
    Sobre impacto ambiental podemos afirmar que seja qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. Desta forma e por analogia podemos verificar o quão se faz importante o gestor ambiental na atualidade.

    por James William Guimaraes de Carvalho, Bel. em Turismo, Espznd em Gestão Ambiental, estudante Curso de Bacharelado em Direito, ex-Conselheiro de Direitos de Crianças e Adolescentes, Educador Social.
    (JWILLIAMGUIMARAES@BLOGSPOT.COM)

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