Buscando um futuro melhor

juventude e futuroConsidero necessário que os estabelecimentos comerciais, que estejam vendendo bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, em nossa cidade, sofram punições severas, como forma do poder público reafirmar, exemplarmente, sua determinação de proteger a juventude, contra os malefícios do álcool.

Em Fortaleza, recentemente, alguns bares e boates da orla marítima foram fechados, porque ali estavam sendo vendidas bebidas alcoólicas para menores de 18 anos, num flagrante desrespeito às leis de proteção das crianças e dos adolescentes. Além do fechamento temporário e do pagamento de pesadas multas, seus proprietários responderam a processo  penal, o que é mais eficiente e exemplar, por ação do poder público cearense.

Atitudes como essa produzem um efeito estimulante em todos nós que vimos trabalhando pela proteção da família, a começar pelas crianças e pelos adolescentes. Como pais, como cidadãos, como homens públicos comprometidos com o seu tempo, esses atos representam a reafirmação de que não estamos sozinhos e que haveremos de sair vitoriosos nessa empreitada.
 
Tenho orgulho de ser o autor da lei que proibiu a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, em nossa cidade, antes do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Tive a coragem de apresentar esse projeto, como forma de proteger os adolescentes da sedução do álcool, e da ação massificante de produtores e comerciantes de bebidas alcoólicas. Considerei que tinha deveres inarredáveis a cumprir, como parlamentar, no interesse da proteção da família, dos adolescentes, e na construção de uma sociedade mais saudável e participativa.

Com forças redobradas, tenho cobrado de autoridades do executivo estadual e municipal deflagrem campanhas educativas sobre os riscos do álcool, sobre o cumprimento das disposições legais, e reprimam as transgressões àquela lei.  As campanhas educativas não vieram como seriam necessárias. Por que não agirmos como estão agindo as autoridades, em Fortaleza? Por que não multar, fechar bares e boates? Por que não processar os responsáveis por esses locais?

Esse tema tem sido recorrente em mim, em minhas crônicas neste espaço, porque os jovens estão sendo autores e vítimas de crimes cotidianos, em nosso país, ceifando vidas, enlutando lares, e nos enchendo de preocupações e medo, quanto ao futuro.

O álcool e outras drogas constituem elo na cadeia que cinge a violência e os crimes de todas as espécies. Das drogas, o álcool é a mais perversa e perigosa,  por várias razões. A primeira é que não é proibida como droga. A segunda é que é muito barato. A terceira é que está em todo lugar, desde o mais exposto ao mais recôndito. Em qualquer quitanda de bairro pobre o álcool ali está, vendido a retalho e a varejo, a gosto do freguês. Infelizmente, esse freguês muito visado é o adolescente, o novo  mercado de expansão irresponsável desse consumo.

O álcool é, ainda, a porta de ingresso para todos os vícios que têm as drogas como suas motivadoras. Através do álcool vêm todas as outras, uma chamando a próxima, a mais grave, a mais desagregadora, a mais letal. Quase todas são potencialmente letais e, de uma forma ou de outra, acabam destruindo vidas, famílias e apodrecendo o próprio tecido social.

Nos bares, nas lanchonetes, nos botequins, não raro são encontrados jovens tomando bebidas alcoólicas, muitas vezes, diante do próprio pai que o estimula. Um pai pode assumir o risco de seu filho desencaminhar-se na vida, por ação ou omissão voluntária, mas deve ser penalmente responsabilizado por isso.

Quantos jovens, nesta época de agora, estão iniciando uma vida de destruição interior, a partir da ingestão de bebidas alcoólicas? Quantos já estão iniciados e se encontram em fase mais avançada de compromisso, de dependência das drogas, tendo o beneplácito da omissão do poder público, no que toca ao uso álcool?

A quem interessa esse estado de coisas? Certamente não interessa aos pais, nem aos jovens, nem ao poder público. Não interessa a ninguém, senão aos traficantes, aos produtores, aos que têm vantagens econômicas com essas atividades nocivas à sociedade e ao futuro. 

Para esses, pouco importa saber se jovens meninas, que amanhã serão mães; se jovens rapazes, que amanhã serão os pais; se eles estão comprometendo sua felicidade, a saúde de seus futuros filhos; se eles mesmos estão em condições físicas e psicológicas de enfrentar desafios.

Não podemos tergiversar com os problemas que envolvem a juventude. Eles precisam de nossa ação urgente, de nossa ajuda. Estamos na linha de frente como cidadãos responsáveis, e devemos discutir, encaminhar e adotar soluções para os problemas que afligem a todos nós. Amar a cidade é proteger sua juventude que é o seu futuro, sob todos os aspectos. É preciso amar a cidade.

  

One thought on “Buscando um futuro melhor

  • 26 outubro, 2008 em 6:26
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    o resultado de tudo que falaste, posso testemunhar, uma centena de jovens adolescentes em situação de drogadição, usando ou que usou os mais variados tipos de substâncias quimícas que vão do uso comum da bebida alccolica até uso de solventes, ou até mesmo drogas como maconha, e as pesadas como o merla , cocaína e as “pedrinhas fritadas”. Faz-se importante lembrar que em sua maioria vem do inteirior do nosso estado e tambem da nossa grandiosa Ilha, e 99,9% são de familias sem a mínima condição finaceira e estão nas internações da Funac espalhadas nos 4 cantos do nosso estado.Em sua maioria e para sustentarem seus vícios malidicentes, furtam, roubam, sequestram, matam e estupram; merecem a maior atenção da sociedade e estão alguns deles sob a tutela do estado tentando a reeducação social ou mesmo ressocialização comumente falada.

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