Um encontro formal com a eternidade

 

IMG_7020Em poucos dias, estarei lançando e autografando um novo livro. O último livro que lancei, São Luís, Uma Cidade no Tempo, aconteceu há nove anos, e representou um momento muito especial, em minha trajetória de escritor. Afinal, publicar um livro não é, somente, um ato de vontade do autor, diante de suas obras. Há elevados custos financeiros para editoração e publicação, inacessível, para a maioria dos autores.

O novo livro, de nome O Congresso das Garças, contém sessenta crônicas, selecionadas por mim, entre as mais belas que publiquei, nos últimos anos, em minha coluna semanal, em jornais da cidade: O Estado do Maranhão e Jornal Pequeno. Naquele, a grande maioria, pelo longo tempo em que, ali, escrevi. Neste, muitas, entre aquelas que, ali, venho publicando, às segundas-feiras, há mais de um ano.

A cada novo livro, um conjunto de emoções, diferençadas, vai tomando conta de nossa alma, entre contentamentos, vitórias, dúvidas. Entre elas, a certeza, indestrutível, que o testemunho de nossa existência vai ficar, para sempre, registrado. Um livro é um compromisso com a eternidade.

O Congresso das Garças integra um conjunto de obras que a Academia Maranhense de Letras está publicando, com benefícios da lei estadual de incentivo à cultura. A chancela da AML, para essas publicações, é uma forma, especial, de consagrá-las, uma espécie de salvo conduto literário.

Na apresentação do novo livro, registrei: Escritas em tempos e ocasiões diferentes, as crônicas de O Congresso das Garças representam, mesmo, uma grande exaltação à natureza, uma forma de homenageá-la, buscando nas manhãs, tardes ou noites, seus cantos e sinfonias, seus personagens mais simbólicos, mais telúricos, para deles recolher lições, exemplos, em seus instantes de exibição e perenizá-los, nas almas e nas emoções embutidas nas palavras. O próprio nome do livro é o nome de uma de suas crônicas mais emblemáticas. 

Por isso, garças, gaivotas, camaleões, bem-te-vis, grilos, borboletas, pavões, galos, têm vez e voz na urdidura dos textos escolhidas. Por isso, também, águas, verões, primaveras, outonos, invernos, orvalhos, madrugadas, estão presentes, na maioria das páginas deste livro, para tornar mais densa e mais expressiva essa homenagem. Todos são personagens e protagonistas dos episódios que os motivaram, e me levaram a escolhê-los para o turbilhão desta homenagem.

Alguns temas, como as águas e as estações, são recorrentes em algumas dessas crônicas, mas trazem momentos diferentes, e as emoções únicas que motivaram cada uma delas. São as evidências, reiteradas, dos sentimentos que permeiam minha alma e que, por serem verdadeiros, se mostrarão, sempre, permanentes.

São crônicas atemporais. Por isso, as mantive. Por isso, ainda, optei por não identificar o dia e ano em que foram publicadas nos jornais onde estão. Mas, fiz questão de reuni-las, pelo que contêm de contemporâneo em seus conteúdos, nas palavras e nas emoções que possam transmitir e suscitar. Algumas delas, no entanto, trazem em seu próprio texto, indicação de ano, mês ou mesmo dia, em que aquele episódio transcorreu.

A essas crônicas, acrescentei outras, reflexivas, que têm o homem, como seu protagonista. Nessas, o ser, o tempo, a energia, a ordem cósmica, a razão e a emoção se impõem, para lembrar que a beleza não está, necessariamente, nas coisas que vemos.

É nos olhos de quem vê, no subjetivismo de quem sente e expressa, que está o belo. O belo está em cada um de nós. Além disso, a certeza de que nossa alma integra uma alma coletiva, maior que nós mesmos e que se irmana a todas as outras almas, a toda humanidade. Essas crônicas completam a unidade, como uma espécie de Ordem do Dia, do Congresso das Garças.

Agradeço ao amigo, poeta, Alex Brasil, meu confrade na Academia Maranhense de Letras, pelo belo e generoso texto de apresentação desta obra. Agradeço ao escritor e amigo, Herbert de Jesus, pela revisão ortográfica de todos os textos nela contidos.

Agradeço, ainda, ao amigo, jornalista, Benedito Buzar, Presidente da Academia Maranhense de Letras, e aos demais confrades que integram a atual Diretoria, pela inclusão deste livro, entre as edições que a AML está patrocinando.

Estou pronto para viver as emoções de autografar o novo livro, em paz.

One thought on “Um encontro formal com a eternidade

  • 3 agosto, 2016 em 14:26
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    IVAN SARNEY, LINDO. GOSTEI DE ” Um encontro formal com a eternidade” e também “O CONGRESSO DAS GARÇAS “. É lindo! Li, com carinho, cada crônica escrita por você.
    Gosto muito de ler poemas e poesia. Estou maravilhada. Você é um grande ESCRITOR. Meus parabéns, amigo!!!

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