Entrevista concedida ao jornalista Aquiles Emir, para a revista Maranhão Hoje

 

Ivan AlternativoPor que o senhor decidiu se candidatar novamente a uma cadeira na Câmara Municipal?

Ivan– Para dar continuidade ao trabalho que desenvolvi como vereador, por minha cidade. Tive a honra de ter exercido três mandatos legislativos, seguidos, e de ter presidido a Câmara Municipal, por quatro anos (2001 a 2004), durante a primeira Legislatura do século atual.

Pertenço ao seletíssimo grupo de ex-presidentes de Câmaras Municipais, no Maranhão, que têm suas Contas de Gestão aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Para dar uma ideia do que isso representa, mais de 95% (noventa e cinco por cento) dos ex-presidentes de Câmaras estão inelegíveis, em nosso Estado, por terem contas rejeitadas pelo TCE. No meu caso, são quatro contas aprovadas, porque presidi a Câmara por quatro anos.

Além disso, todo o trabalho legislativo que realizei como propositor e Coordenador da Agenda 21, do Município de São Luís; como propositor e Coordenador da Campanha Municipal Permanente pela Paz, “Adeus às Armas”; pelas ações em defesa da cidade (A lei que isentou de IPTU os imóveis tombados); a defesa da mobilidade urbana (A lei que determinou o uso do elevador mecânico na frota de ônibus); a defesa da cultura (A lei que instituiu a proteção cultural no Município de São Luís); a defesa da vida (A lei municipal que tornou obrigatório o uso do cinto de segurança, no Município de São Luís, quando o Código Nacional era omisso sobre esse assunto). 

Além de tudo, a constatação fática de que a política só tem, mesmo, porta de entrada, e o lamento fraterno, carinhoso, estimulador, de pessoas amigas e de pessoas que me encontram e, com entusiasmo, me incentivam a voltar. Hoje, estou pré-candidato a vereador, pelo Partido Trabalhista Brasileiro – PTB.

Que temas o senhor acha que seriam mais urgentes debater no parlamento municipal?

Ivan– Os temas são recorrentes, no noticiário cotidiano e podem ser sintetizados nas áreas de: educação, saúde, transporte, segurança, meio ambiente, economia. Esses, no entanto, são os macros temas, onde os temas específicos estão inseridos. Na educação, a segurança nas escolas, a oferta de vagas, a qualidade da merenda e do ensino ministrado. Na saúde, a falta de leitos, de equipamentos e de equipes médicas nos “Pronto Socorro”. No transporte, a questão da acessibilidade, das novas linhas urbanas, da qualidade da malha viária. Na segurança, o funcionamento dos bares, a presença e a venda de bebidas alcoólicas a menores, nesses locais, a violência nas escolas. No meio ambiente, o resgate dos rios da cidade, a deposição de lixos em terrenos baldios. Na economia, uma política de geração de emprego e renda, o incentivo para instalação de novas empresas, política para promover o trabalho artesanal.

Esses são temas que já fazem parte dos debates cotidianos da Câmara Municipal. Mas, resumirei em um único tema, a urgência de debater na Câmara, por englobar todos os outros e fazer convergir soluções que possam, de forma sinérgica, levar a resultados mais rápidos, comprometidos e duradouros. O tema é “sustentabilidade”, por envolver questões ambientais, sociais, econômicas e culturais. Nesse tema, discutiremos o hoje, o amanhã, o futuro mais remoto. Olharemos para a cidade e a projetaremos, além de nossas presenças, estabelecendo metas e buscando compromissos para sua execução. Uma medida levando a outra, tendo por extremos a vida (humana, flora e fauna) e os recursos naturais.

Além disso, considero essencial a revisão do Plano Diretor de nossa cidade, ajustando-o à realidade de sua expansão, de seu crescimento populacional, suas áreas de proteção ambiental, adequando-o, ainda, à plenitude dos recursos da reforma urbana, prevista no Estatuto da Cidade.

Neste período de audiência da Câmara como foi sua observação sobre a ação dos vereadores?

Ivan– As Casas Legislativas são, sempre, muito plurais. Nelas estão os representantes do povo, daqueles que lhes outorgaram o poder. Os vereadores, entre aqueles que representam o povo, são os que mais próximos estão dos representados. Emergem dos bairros e têm uma vinculação cotidiana com seus eleitores. As ações, nos Plenários das Casas Legislativas, municipais, constituem uma parcela significativa dos trabalhos dos vereadores, mas não espelham a plenitude de suas ações, em seus mandatos. As próprias mídias, impressas ou televisivas, não estão focadas, de forma isenta, em todos. Tudo isso torna difícil, a quem queira fazer avaliações sobre atuação de vereadores. O grande e incontestável trabalho dos vereadores está nos bairros, no dia a dia, dialogando com as pessoas e buscando soluções para as questões que os afligem, enquanto coletividade.

Além disso, o dia a dia dos gabinetes, no atendimento aos pleitos que lhe são levados por membros de segmentos sociais, preocupados em resolver problemas que lhe dizem respeito. Esse trabalho, de suma importância, não aprece habitualmente nos jornais, não está claramente, na mídia. Mas, fica gravado na memória daqueles que o recebem, daqueles que são atendidos.

A vivência dos mandatos que tive me adverte a não emitir qualquer juízo de valor, sobre atuação de vereadores, que não seja a certeza de que, aqueles que ali se encontram, estão fazendo o melhor que podem para o melhor desempenho de seus mandatos, que esperam, certamente, renová-los.   

Como pretende desenvolver sua campanha?

Ivan– Da maneira mais natural e espontânea, possível. Visitando amigos, correligionários, pessoas que já estiveram comigo em mandatos pretéritos, admiradores que eu possa vir a identificar, enfim.

Buscarei novos aliados, nas relações pessoais e presenciais, e nas redes sociais, onde teremos possibilidades de comunicar-nos com um universo bastante amplo e diversificado de pessoas. Buscarei diálogos com aqueles que já votaram em mim, convidando-os a votarem novamente, pela certeza de que não os decepcionei e não irei decepcioná-los. Temos uma tradição cultural muito forte e determinante, em nossa cidade. Os poetas, os escritores, os homens das letras e das artes, precisam estar representados nas Casas Legislativas, por um dos seus, como já estiveram. Continuo sonhando, cheio de esperanças, com a certeza de que as esperanças e os sonhos são matéria prima de todas as realizações humanas. Tenho, ainda, a certeza de que a política precisa dos poetas, dos sonhadores, para ajudar na construção de um mundo melhor, onde a cultura e a utopia da paz seja uma meta impostergável a ser atingida.

Como cada cidadão pode manifestar seu amor à cidade?

Ivan– Dando bons exemplos de comportamentos e de ações proativas, no dia a dia de seus relacionamentos, a partir de sua própria casa, onde está sua família; especialmente, seus filhos menores, quando existirem. Assim, estará ajudando na formação dos adultos de amanhã.

Na coletividade, reduzindo consumo, reutilizando, reciclando; observando, registrando, denunciando, compartilhando, tomando atitudes que rejeitem ou aprovem ações de outrem, que possam ser nocivas ao meio ambiente; deixando de realizar, ele próprio tais ações, nocivas.

Tudo isso, todavia, parece muito utópico para os tempos de agora, quando conflitos mundiais, por poderio econômico e bélico, estão ameaçando a sustentabilidade do nosso Planeta, e parecem sobrepor-se a pactos, como A Carta da Terra, como Os Objetivos do Milênio, como a Agenda 21, desorientando a própria ONU que os idealizou, avalizou e promoveu.

No entanto, a sustentabilidade ambiental é uma questão vital para a existência humana e para toda a biodiversidade de nosso Planeta. Isso nos acende e norteia a esperança, de que um fio mais espesso de razão nos mova para acordos e práticas, que nos levem a novos tempos, a novos compromissos com o amanhã e o futuro que virá, inevitavelmente.

(Esta entrevista foi concedida, como respostas a indagações a mim dirigidas pelo jornalista Aquiles Emir, para a revista Maranhão Hoje, do mês de abril, que já está nas bancas. Algumas respostas estão, aqui, com o texto um pouco maior do que, por questão de espaço, foi reproduzido na Revista. São pequenos detalhes que achei, por bem, divulgá-los aqui, tal como respondi as indagações a mim dirigidas. Aproveito para parabenizar os editores da Revista, por sua linha editorial, sua beleza gráfica e sua presença, em nosso mercado editorial, ao tempo em que agradeço a gentileza do convite, para concessão da entrevista). 

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