As agressões que crescem nas ruas e atingem a família

 

Tudo contra violenciaEstamos na semana de comemorações do Dia Internacional da Mulher. Será amanhã, dia oito, a data dedicada a homenageá-las, no mundo inteiro, como um ato de reverência àquelas que são nossas companheiras, em nossa jornada de amor e vida, de preservação da espécie humana.

Companheiras que nos inspiram os sonhos e nos fazem persegui-los, até alcançá-los; aquelas por quem deixamos a casa paterna, para constituir uma nova família, sob a aura de um amor comprometido e renovado, sempre, pela chegada de filhos e demais descendentes; aquelas nas quais nos encontramos, do menino que fomos até o adulto, maduro e envelhecido que seremos ou poderemos vir a ser, no final de nossa jornada terrena. Ela como porto seguro e almejado.

Há dezenas de conquistas que podem, devem e costumam ser, sempre, realçadas, quando essa data é festejada e são prestadas as devidas homenagens às suas insignes homenageadas. As conquistas passam pelo direito ao voto, pelo movimento feminista, pelo trabalho fora do lar, pela conquista na participação politica.

Em todos os setores da sociedade contemporânea, a presença feminina assumiu uma proporção, relevante, da maior grandeza, agregando tudo o que o ser feminino ostenta, de forma sobeja: delicadeza, fleuma, dedicação, perdão, responsabilidade, atenção. Além de tudo, a competência que lhes tem feito alcançar os primeiros lugares nos concursos que disputam, por serem profissionais em constantes aperfeiçoamentos.

O ser feminino constitui a maioria da população, em nosso país, chegando a quase 53% de todo o contingente populacional. Essa maioria deverá permanecer inalterada, significativamente, nos próximos decênios, mantendo-se nessa proporção saudável, e agregando mais ternura e sonhos, necessários ao equilíbrio dos gêneros.

No entanto, a relação dos dois gêneros: masculino e feminino, que poderia ser, toda ela, uma relação complementar e harmônica, fundamentada no amor, teoricamente, com a solidariedade de um em relação ao outro, assumiu, nas últimas décadas, característica de conflito, onde o masculino parece estereotipar o feminino, com o estigma dos adversários, dos inimigos, e contra ela se projeta.  Sentindo o peso da desvantagem, parece não aceitá-la, e contra ela se volta e persegue; contra ela pratica a violência, no intuito de sobrepuja-la, de reverter uma decisão sua (a ele desfavorável), como a de reatar uma relação afetiva ou recompor a sociedade conjugal.

Nesses casos, a crônica policial tem mostrado que o desfecho tem sido a morte do feminino, das formas mais torpes, sem dar chance às vitimas de se defender. Os autores utilizam ardis, dissimulações ou confrontos mesmos, diretos, contra suas indefesas vítimas, pegas de surpresa.

Por outro viés, violando todos os códigos de conduta que existem antes, na hora e depois de uma conjunção carnal, normal e consentida, o masculino tem praticado violência sexual contra o feminino, estuprando, menores e maiores de idade, muitas vezes, assassinando-as. Um ato contra a liberdade sexual, contra a lei, contra a ordem social, contra a família.

Há poucas semanas, nesta mesma coluna, escrevi um artigo sobre a violência contra o gênero feminino, abordando-a como uma agressão à família. Para ser fiel àquilo que expressei, transcrevo um trecho desse artigo em seguida: A família, principal célula social, exerce papel, preponderante, como geradora e transmissora de conhecimentos e de valores morais e éticos, que marcaram e continuarão marcando as ideias e as ações, de todas as gerações, ao longo do tempo.

A mulher está para a família como a família está para a sociedade. São núcleos de suas bases formadoras e de suas existências. São elas, as mulheres, que gestam e parem; que aleitam e ensinam, desde o nascimento até a primeira infância, definitivamente.

Mas a violência humana está no cerne dos problemas sociais, no mundo inteiro. Essa violência chega a assumir proporções gigantescas, gerando permanentes conflitos armados, segregando e exterminando populações, em nome da religião, da soberania do país ou da causa pela qual litigam.

Parabéns ao ser feminino, a todas as mulheres, por todas as conquistas, pela grandeza, divina, de poder ser mães; sem suas presenças no mundo, não teria como e não valeria a pena existirmos.

Publicado no Jornal Pequeno, em 07.03.16, na coluna que o autor assina, às segundas feiras.

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