Os dois cisnes

 

 

Cisnes

 

 

A vida, manso lago azul algumas

Vezes, algumas vezes mar fremente,

Tem sido para nós, constantemente,

Um lago azul sem ondas, sem espumas.

 

Sobre ele, quando desfazendo as brumas

Matinais, rompe um sol vermelho e quente,

Nós dois vagamos, indolentemente,

Como dois cisnes de alvacentas plumas.

 

Um dia, um cisne morrerá por certo.

Quando chegar esse momento incerto

No lago, onde talvez a água se tisne,

 

Que o cisne vivo, cheio de saudade

Nunca mais cante, nem sozinho nade,

Nem nade nunca ao lado de outro cisne.

 

Autor: Júlio Salusse

 

Comente

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.