Apesar de tudo, os turistas estão chegando

Está crescendo, a cada dia, o número de turistas em nossa cidade. Isso representa uma resposta à implantação de um plano de governo bem concebido, o Plano Maior, como forma de desenvolvimento do turismo, em nosso Estado. Mérito da governadora Roseana, então, em seu segundo mandato. Os tempos de agora são de colher frutos, em que pese o incômodo problema de nosso aeroporto, com a perda, momentânea, da condição de Aeroporto Internacional.

Para nós, além do orgulho de poder exibir nosso exuberante patrimônio cultural e ambiental, fica a certeza da geração de trabalho e renda para um número cada vez maior de pessoas, a partir do comércio informal.

O turismo é uma atividade econômica crescente no mundo inteiro, por sua capacidade de envolver mão de obra dos mais diversos setores profissionais ou dos mais diversos interesses comerciais. Considerado como indústria não poluente, o turismo consegue agregar um número ilimitado de pessoas, em suas múltiplas atividades de serviços, produzindo crescimento econômico.

Um cuidado, no entanto, precisamos manter, permanentemente, buscando um ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento de nosso turismo e a preservação de nossos valores culturais, de nosso patrimônio histórico, arquitetônico e paisagístico, e de nosso patrimônio ambiental.

As ilhas constituem ecossistemas frágeis, o que lhes define uma vocação natural para o incremento de atividades econômicas voltadas para o setor de serviços. O turismo ajusta-se, como uma luva, a essa característica de São Luís, de São José de Ribamar, de Raposa e de Paço do Lumiar, que estão situados na mesma ilha.

A fragilidade desses ecossistemas, constituídos por manguezais, apicuns, rios, dunas, brejos, praias – na baía de São Marcos e na baía de São José –  deve ser considerada como fator preponderante, e aponta para a necessidade de elaboração de um Plano Metropolitano de desenvolvimento dos municípios da ilha, na busca da sustentabilidade preconizada pela Agenda 21.

São Luís tem o dever de estar na vanguarda dessas decisões, por ser a capital do Estado, por ser a cidade mais antiga, por abrigar o maior acervo histórico e arquitetônico, por ser a de maior espaço territorial, por ser, ainda, a de maior demanda industrial, a partir de unidades fabris aqui já implantadas.

A idéia é diminuirmos a geração de passivos ambientais que, ao longo do tempo, estão comprometendo e irão comprometer, em maior escala, a qualidade de vida das futuras gerações.
 
Para tanto, precisamos de um planejamento metropolitano que projete, no mínimo, para próximos trinta anos, a expansão urbana, a implantação de equipamentos e serviços públicos, as áreas passíveis de localização de pequenas e médias indústrias que não sejam, negativamente, impactantes ao meio ambiente; estabelecer políticas uniformes e parceiras para a preservação dos recursos hídricos, para a proteção da flora e da fauna, harmonizando os Planos Diretores desses municípios.

Os turistas que estão visitando São Luís contribuem para torná-la mais bela ainda, pelo jeito descontraído que exibem, pela maneira como se integram à paisagem, pelo diálogo mudo que travam com as formas dessa cidade tipicamente portuguesa: uma cidade azulejada, com sobrados de arquitetura imperial, patrimônio cultural da humanidade.

Além disso, o sol, o clima, as praias, a culinária, o folclore, as artes em geral, a tradicional hospitalidade maranhense, as frutas, os doces, a beleza étnica de nosso povo, numa perfeita fusão das três principais raças que a formaram. Tudo aqui é encanto, ao lado do verde vegetal que nos envolve, de forma quase constante e nativa.

Uma das principais atividades agora, a cargo do poder público estadual e municipal, deve ser a de preparar nossa mão de obra, envolvida no setor, para receber bem o turista. Receber bem é tratar com cordialidade, com gentilezas, com simpatias, procurando informar-se para bem informar. Além disso, um bom sorriso ajuda; um pé de conversa sincera, também ajuda; a cobrança de preços não aviltantes é um fator essencial.

Cada segmento precisa de umas orientações específicas, além de outras de caráter mais genérico, por serem comuns a todos. Garçons, taxistas, balconistas, pessoal de agências de viagens, de transportes e passeios pela cidade, os guias de turismo, os promotores de eventos, os ambulantes de comércio informal, os artesãos, os vendedores de lojas de lembranças; os cidadãos, de um modo em geral.

O turista tem que ser recebido e tratado como um amigo, como um cidadão, mas também como um cliente consumidor. Sendo bem tratado, ele voltará ou fará recomendações positivas, trazendo mais turistas, mais recursos financeiros para dinamizar nossa economia. Mal tratado é um desastre, pois seu efeito multiplicador será negativo, afastando novos possíveis visitantes, novos amigos que aqui viriam investir. Amar a cidade é receber e tratar o turista com cordialidade e simpatia, zelando por sua segurança e satisfação de consumo. É preciso amar a cidade.                       

ivansarney@uol.com.br

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