Vivendo o novo século, a era de Aquários

novo séculoNa passagem do ano dois mil, para o ano de dois mil e um, vivemos a perspectiva de início de um novo século e de um novo milênio. Essa perspectiva constituiu-se na grande motivação de nossos sonhos e de nossas esperanças, movendo-nos para a busca de resultados positivos para nossos projetos pessoais e sociais.

O século XXI foi esperado como o Século do Homem. Essa diretriz deve continuar norteando todas as nações e povos, dos cinco continentes do mundo, impregnando seus grandes líderes, seus agentes políticos; impregnando-os dessas aspirações coletivas, para a implantação de políticas públicas que sejam indutoras desses anseios, quanto aos destinos do homem.

Essas aspirações, esses anseios, no entanto, precisam de práticas que os materializem.
Podemos ser agentes de transformação, como pessoas. E as transformações do mundo podem começar em nós.  A crença do século XXI como O Século do Homem deve implicar numa renovação antropocêntrica, que possibilite a reabilitação individual e social do homem, resgatando-lhe valores culturais, morais e éticos, com objetivos de construção de uma cultura da paz, da solidariedade, da liberdade, como condições indispensáveis para qualidade de vida na Terra.

Em algumas palestras que realizei, tive oportunidade de expressar, vivendo a perspectiva do novo século, que nenhum projeto humano ou institucional, elaborado naquele momento, deveria acontecer sem considerar essa perspectiva, esse paradigma das luzes do século XXI e do Terceiro Milênio.

Havia muita energia envolvida naquele processo de mudança, incluindo as condições cósmicas, as influências energéticas dos demais planetas e todos os demais corpos celestes que nos influenciam e, de alguma forma, também conduzem nossos passos para a trajetória de nossos destinos.

Já tivemos a graça de viver os primeiros dez anos do século XXI. Esses anseios precisam ser realimentados em nós, em nossas relações pessoais, em nossa forma de ver e de viver a vida. O Século do Homem é também o século do conhecimento e das grandes transformações sociais.
  
Portanto, é preciso que olhemos para nós mesmos, pequenos seres temporais nesse universo cósmico, com uma visão mais exógena, mais extensa e ampla, de uma forma holística; relacionando todas as coisas e nos relacionando com elas também, porque nada está isolado no universo.

Somos energia e, como energia, nos alimentamos de outras fontes de luz. Somos fontes de luz para outros seres e para outras formas de vida, no universo. Por isso, temos uma imensa responsabilidade com os destinos do nosso planeta; esse planeta lindo, que é feminino em seu nome, em seu gênero; que tem dois terços de sua superfície ocupado por água; que nutre nossa existência com todos os elementos vitais para a sobrevida de nossa espécie.

Temos compromissos com a sustentabilidade do planeta Terra. Essa sustentabilidade inclui a diminuição das desigualdades sociais, além da busca de novos modelos de crescimento econômico, que possam assegurar melhor qualidade de vida para o homem, e não comprometa a existência das gerações futuras.

Cada um de nós deve ser agente desse compromisso. Essa responsabilidade está escrita no artigo 222 de nossa Constituição e encontra-se imanente na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Portanto, é preciso que nos disciplinemos para uma vida mais solidária, no tocante ao uso dos recursos naturais, à busca da geração de emprego e renda, à diminuição das desigualdades sociais.       

É claro que mudanças de atitudes, especialmente em pessoas adultas, constituem-se em processos que, muitas vezes, são extremamente penosos, mas que também podem ser altamente compensadores. Afinal, todo o universo que integramos é movimento puro e constante. Todos os corpos celestes; todo o nosso sistema planetário; todo o nosso planeta; tudo está em constante movimento e esse movimento deve presidir nossa vida e nossos atos, fazendo-nos mais dinâmicos, em busca de novos rumos e diretrizes que contribuam para o nosso aperfeiçoamento pessoal e social.

Por conta disso, estamos nos aproximando da Era de Aquários, que deve começar em 2015. A Era de Aquários será era do amor; a era em que as pessoas estarão mais predispostas, pela influência de energia cósmica, para viver a dor e as delícias de amar. Acreditando que será assim, assim será. O mundo precisa de utopias para induzir sonhos pessoais e coletivos.

A paz, com certeza, é a mais bela e mais permanente utopia do homem, na face da Terra. Ela é condição indispensável para a construção da felicidade, para o equilíbrio social, para exercício do amor e de todos os outros valores mais elevados do homem.

Devemos ter a nossa própria agenda para viver nossa vida e nosso século, contemplando atitudes que favoreçam o estabelecimento de um estado de harmonia entre nós e nossos semelhantes; entre nós e os recursos naturais; entre nós e o Deus, que nos criou e nos dotou de razão. Uma agenda pessoal deve ser o ponto de encontro dos diversos Eu que existem em nós, harmonizando nossa energia para apascentar os nossos semelhantes.

Agir de forma pacífica é não praticar a violência. Não praticar a violência é um ato de muita meditação e força interior; um gesto deliberado de disciplina, resultante da educação familiar e formal; um compromisso com a vida. 

Alguns compromissos, a partir de agora, devem-se constituir diretrizes de nossa vida cidadã,  imantando-nos para a busca de melhores condições de vida para a espécie humana. Nossa vida não começa e termina em nós. Ela é decorrente de outras vidas, e tantas outras vidas dela decorrem.

Uma parte de nós é unitária a outra é coletiva. Desse dualismo é feita a nossa alma, em sua síntese mais representativa. Não devemos esquecer isso, e não podemos deixar de aprimorar essa nossa essência, andando na contramão dos anseios da humanidade. Amar a cidade é pensar de forma global e agir no seu espaço local, fazendo a sua parte. É preciso amar a cidade.

ivansarney@uol.com.br

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