Homenageando nossos educadores

download (3)No exercício de meus mandatos de vereador, apresentei Indicações ao governo do estado, solicitando que as escolas públicas estaduais, localizadas no Município de São Luís, que têm hoje os nomes de outros estados da federação, tivessem seus nomes modificados para homenagear pessoas que contribuíram, de forma reconhecidamente exemplar, para a formação de várias gerações de maranhenses, lecionando ou dirigindo escolas públicas e privadas, em São Luís.

Quase todos os estados da nossa federação estão homenageados em São Luís, com seus nomes em nossas escolas públicas, o que representa um belo esforço de reflexão sobre a nossa unidade federativa, contribuindo, de certa forma, para a sua compreensão.

No entanto, chega a ser constrangedor reparar que dezenas de educadores, maranhenses ou não, mas que aqui labutaram, que aqui contribuíram, de forma abnegada e exemplar, para a formação de várias gerações, encontram-se hoje esquecidos pelo poder público, só guardados na verve de nossa memória, em nossos referenciais de vida, como lembranças inapagáveis. Mas essas lembranças, com o efêmero de nossa existência temporal, irá se apagar definitivamente da memória da cidade, ficando adormecidas nos registros de papéis que os cupins e a incúria dos homens, certamente condenará à destruição.

Por essa razão, em nome da minha geração e das outras gerações que nos precederam e nos sucederam também, fiz as Indicações, com a alma impregnada de motivação telúrica, cheio de sentimentos de valorização de nosso patrimônio cultural, de nossas tradições, e de compromisso com as novas gerações.

Fui mais longe, tomei a iniciativa de sugerir alguns nomes de educadores que são muito vivos em nossa memória, e que hoje não se encontram homenageados pelo poder público, de forma permanente e duradoura. Estão citados ali, professores: José Rosa, Vicente Maia, Luís Aranha, Luís Rego, Paulo Nascimento de Morais, Rubem Almeida, Solano Rodrigues, Merval Lebre Santiago, que era a própria alma do Liceu. Além deles, Fernando Perdigão, Wady Sauaia, Antenor Bogéa, Doroteu Ribeiro, João Itapary. Ainda mais, as professoras: Maria Freitas, Maria de Jesus Carvalho, Zuleide Andrade, Zuleide Bogéa, Rosa Castro, Rosa Mochel, Maria Pinho, Maria Helena Rego, Zoé Cerveira, Cota Varela.

É claro que o governo do estado pode acrescentar, modificar ou suprimir nomes dessa lista, que não tem a pretensão de ser definitiva, nem de abranger todos os nomes de pessoas que merecem ser homenageadas com a distinção de ter seus nomes em uma escola pública. Mas a lembrança dos nomes que fiz representa, com certeza, um consenso de merecimento justo, por tudo aquilo que fizeram para nos educar, para nos preparar para um futuro que, agora, é o nosso presente e nos anima a vida.

Até hoje, nenhuma alteração de nome foi realizada. Cada um de nós tem um compromisso irrecusável com os que nos sucederão. Cada gesto desses, de manter viva a memória, de preservar valores e referências culturais, representa uma significativa contribuição para a construção do futuro.

Uma lei municipal, de minha autoria, determina a obrigatoriedade de existência de uma sinopse informativa, sobre o homenageado, em todas as edificações públicas ou privadas, que tenham nomes de pessoas, como homenagem. Essa lei foi feita para ressaltar dados biográficos dos homenageados, diante do público, possibilitando informações que tornarão mais viva a memória daqueles que, como disse Camões, “por obras valorosas, se vão da lei da morte libertando”.

Aos poucos, vamos reencontrando a sociedade civil, com o estado, com o poder público, visando à consolidação de uma sociedade mais construtiva mesmo, nestes tempos de tantas inquietações, de tantas incertezas, quanto aos destinos do homem. Não é sempre que podemos encontrar terreno fértil para nossos sonhos, para nossos projetos e esperanças. Acho que estamos vivendo um tempo propício para sonhos, porque nos encontramos na iminência de encruzilhadas. 

O avanço do conhecimento científico, suscitando questões de profundo conteúdo ético, a releitura das faces de Deus, o dilema da vida humana, o processo de secularização do Mundo. Todas essas questões, que comportam desdobramentos vários, estão colocadas em nossas mesas, sob os nossos olhos e nos convidam à reflexão, todos os dias.

O principal resgate é do homem, com todos os seus mais elevados valores. A partir do homem, resgataremos todos os outros conceitos, hipóteses, teses e antíteses. O resgate do homem será um processo, porque exige a educação das novas gerações. A educação então, como processo dinâmico, será o cerne de toda nova gênese do homem. Uma gênese que vai valer-se do humanismo: letras e artes, mas que tem sua base construtiva na educação. Os educadores de agora, os do passado, que queremos homenagear, estão na ordem do dia das premissas da nova floração social, do novo mundo e do novo homem que estamos ajudando a construir.

Espero, muito em breve, ver ostentados nas escolas públicas do estado, localizadas em São Luís, os nomes dos educadores que nossa sociedade e o Maranhão precisam homenagear. Com a palavra o Secretário César Pires, deputado estadual, ex-Reitor da Uema, um homem ligado à educação, de quem esperamos uma grande gestão na pasta que ora ocupa.
                                                

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