A Cigana

 

 

 

IPê mais belo

 

 

Era uma vez uma cigana. Um dia

Laura pediu-lhe que lhe lesse a sina.

E ela, a cigana, de contente ria,

Ante a mãozinha delicada e fina.

 

Fita-lhe o olhar, e débil, e franzina,

Linha por linha, atentamente, lia

Um futuro de rosas à menina

Tudo o que Laura desejar podia.

 

E disse aos pais: três vezes, meus senhores,

Aquele ipê se cobrirá de flores,

Para a menina se cobrir de um véu.

 

Laura riu-se e corou. E um ano corre.

Outro passa. Outro mais e Laura morre,

Foi, com certeza, se casar no céu. 

 

Autor: Armando Vieira da Silva

(Publicado em homenagem ao meu irmão Evandro, que gostava muito de declamá-lo)

 

 

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