Um museu para a cidade

Fotos IvanEstamos esperando o dia em que nossa cidade verá implantado o seu museu. Um museu que contará sua história, desde o período de sua fundação até nossos dias, mostrando sua evolução urbana e social, através de um acervo permanente, bastante rico e diversificado.
 
No exercício do mandato de vereador, levei para a Câmara a discussão desse assunto e conseguimos fixar um marco, para a gênese dessa idéia, através da aprovação de um projeto de lei, de minha autoria, que resultou em uma lei municipal.

A Lei 3.353, de 15/08/94, criou o Museu da Cidade de São Luís dizendo, ainda, em um de seus artigos, que ele deveria ser instalado no prédio da Rua Formosa onde funcionou o jornal O Imparcial que, naquele tempo já era propriedade do Município de São Luís.

O acervo desse Museu será respaldado pela arquitetura do próprio prédio onde deverá ser instalado, e pelo mobiliário e louçaria que ali será reunido. Além disso, estará reunido, ali, um expressivo material iconográfico e bibliográfico que atesta sua trajetória de cidade, passando pelo período colonial e imperial, e chegando à República, até os dias atuais.

Um museu que terá o nome de Museu da Cidade e que, certamente, será transformado em importante centro de pesquisa sobre nossa cidade e a realçará, mais ainda, aos olhos de todos os que aqui estão e aos olhos dos que aqui vierem para conhecê-la, estudá-la, documentá-la e divulgá-la para o mundo.

A criação desse museu é uma esperança que alimento há anos, antes mesmo de decidir adotar a política como forma de contribuir para alterar a realidade social, em 92, quando me candidatei a vereador.

Eleito, para o primeiro mandato, tive oportunidade de materializar uma parte desse sonho, redigindo e propondo, entre tantos outros, o projeto de lei que a Câmara Municipal aprovou e a prefeita Conceição Andrade teve a oportunidade de sancionar, transformando em lei municipal.

Desde a sanção da lei, até nossos dias, dezessete anos se passaram. Mas a idéia de implantação do museu não se diluiu, com o tempo. Permanece viva, aguardando o momento mais propício para sua execução. O tempo, quando associado à materialização de políticas públicas, pode durar uma eternidade para acontecer. Mas acontece um dia.

O ex-prefeito Tadeu Palácio, com o dinamismo de sua visão política, com o apurado senso de responsabilidade com que conduziu sua administração, com sua forma construtiva de olhar o interesse público, tomou a decisão de implantar o museu. Implantá-lo, com a visão de dotar a cidade de mais fontes de referência da sua memória e identidade, de seu patrimônio cultural, para ajudar na formação das novas gerações e aos turistas que aqui vierem nos visitar, sabendo de nossa condição de Patrimônio Cultural da Humanidade.

O Tadeu tomou a decisão de implantar o museu no mesmo prédio designado pela lei que o criou, o que mostra o seu elevado espírito público, sem espaços para egocentrismos políticos, respeitando as iniciativas poder legislativo, e privilegiando os interesses da cidade.

O prédio da Rua Formosa é um belíssimo exemplar de nossa arquitetura imperial o que, por si só, já indica o que será esse museu que contará a evolução urbana e social de nossa cidade, tendo a arquitetura como espaço contingente dessa narrativa.

O acervo desse museu será constituído por peças que já constituem  propriedade do município, e do que vier ser agregado por doação do Estado e de particulares, ou por compras que serão feitas, ao longo de sua existência, pelas futuras administrações.

O tempo, no entanto, trabalhou contra as intenções de Tadeu, que chegou a fazer gestões junto ao IBAMA, para viabilizar a madeira que deverá ser, ali, utilizada. E junto ao IPHAN, por tratar-se de imóvel tombado, para que as obras se desenvolvessem com menor custo, sem prejuízo de sua qualidade técnica, e em menor tempo, para que a cidade pudesse dele usufruir, com brevidade.

Quando, um dia, esse museu for inaugurado e começar a receber visitantes, nossa cidade terá mais um motivo para regalar o mundo com a pujança de seu patrimônio cultural. E nós, maranhenses de São Luís, teremos mais um justo motivo para sermos orgulhosos da cidade onde nascemos; de podermos ostentar uma história de quase quatrocentos anos, com toda a herança genética que nos define, e que envolve índios, franceses, portugueses, holandeses e negros.
 
O prefeito João Castelo, no início de sua gestão, pareceu disposto a realizar esse sonho. O tempo, uma vez mais, parece estar conspirando contra. Penso que todos nós, homens públicos que, de qualquer maneira, realizamos nossas ações políticas vinculados ao Maranhão, devemos dar as mãos ao atual prefeito, ajudando-o na realização dessa obra, pelo caráter projetivo que ela possui, como fonte de referência, como espaço difusor de nossa identidade e aliado na construção do futuro das gerações que nos sucederão.

Como cidadão, como homem público, coloco-me a disposição do poder Executivo para o que for necessário realizar, visando dar maior celeridade aos trabalhos de identificação de acervo, de mobilização pública para sensibilizar cidadãos que possam vir a doar peças, álbuns de família e outros bens, potencialmente úteis para o futuro museu.

Nossa esperança é que as obras  desse museu fiquem prontas e ele seja inaugurado, um dia, em nosso nome, em nome das futuras gerações, em nome do futuro. Amar a cidade é realçar sua memória e identidade, disponibilizando informações para acesso público, e possibilitando a formação das novas gerações. É preciso amar a cidade.

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